Bacanal

São, estas vidas nossas, tortuosas.

Malgrado diminutas, passageiras,

Perfazem-nos um mundo vil de rosas,

Ébrio pela fragrância de terceiras.


Que é, pois, o vazio da existência,

Senão tal nauseabundo sentimento

Que nos dá a noite e, como penitência,

Consome-nos o dia, em tormento?


E como digerimo-lo de vez

Se essa solidão, que mui nos parte,

Mal se confina em nossa triste tez?


Vosso vinho, fazei da vossa arte;

O vosso bacanal, com a nudez;

Do vosso culto, vosso baluarte.

Lucas de Lazari Dranski


Créditos pela imagem: <https://unsplash.com/pt-br/fotografias/w0QWkBcsO-Y>.

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