Poesia-nau

A tal da extravagância me enfadou.

Hoje, estou para o simples, pra monções

que atendam minha nau sem escansōes

notáveis; o que nela me agradou.


E, apesar disso, acabo de empregar

aférese danada; alguns heroicos

versos que, decassílabos, não fogem

ao dever de isto tudo embelezar.


Suponho que a poesia é bem assim:

depois de desvendada, o navegante,

todo instante inspirado, diz o sim.


Porque o não, sensabor e petulante,

é, pela arte, ominoso qual cansim;

tal é o fado que leva o mor amante.


L.L.D. 


Créditos pela imagem: https://unsplash.com/photos/NPmR0RblyhQ

© 2016-2023 Lucas de Lazari Dranski. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Webnode Cookies
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora